NÃO COMECE NADA SEM UM BOM PROJETO
Nada atrasa e
encarece mais uma reforma do que mudar de ideia com a obra em andamento.
Portanto, coloque no papel o que você deseja trocar e refazer, procure
um arquiteto ou designer de interiores e defina com ele o projeto,
incluindo a especificação dos novos acabamentos. “Muitas vezes, a
instalação de uma hidromassagem exige um redimensionamento na parte
elétrica. Sem a ajuda de um profissional experiente, corre-se o risco de
instalar a peça e comprometer a energia da casa inteira”, fala o mestre
de obras Luciano Dalarme, que só trabalha sob a orientação de um
arquiteto ou designer de interiores. Um projeto de reforma costuma
demorar de 30 a 45 dias para ser concluído e deve incluir planta de
demolição e construção de paredes, distribuição de móveis, forro de
gesso, elétrica, hidráulica, detalhamento da marcenaria e especificação
dos materiais.
ORÇAMENTOS E CONTRATO
Depois de aprovado o projeto, o profissional – arquiteto, engenheiro ou
designer de interiores – deve orçar os itens, incluindo material e mão
de obra. Uma planilha é montada determinando as etapas da reforma de
acordo com o tipo de serviço e os prazos de entrega. “Assim, o
profissional tem condições de fornecer ao proprietário um contrato, em
que consta a data de término do trabalho”, explica o engenheiro Gley
Radelsberger Lima. É nessa altura ainda que a marcenaria (incluindo
portas e janelas) e os demais materiais devem ser encomendados, pois a
confecção das peças e a entrega de alguns produtos podem passar de 60
dias.
BOA DICA
“Se tiver espaço para armazenar todo o
material da reforma, compre tudo de uma vez no início da obra. Isso gera
o total controle no orçamento e anula atrasos. Se não for o seu caso,
negocie com os fornecedores os melhores prazos de entrega”, diz Gley
Radelsberger Lima, engenheiro.
MÃOS-A-OBRA
Com o custo e o prazo acertados, os pedreiros entram em ação. A
primeira providência é proteger as áreas onde não haverá obra, como
pisos, portas etc. Em seguida, vem a desmontagem do que será novamente
usado (vasos sanitários, por exemplo), a retirada dos revestimentos e as
demolições. O passo seguinte é a remoção do entulho, deixando o espaço
livre para os profissionais trabalharem. Erguem-se, então, as eventuais
alvenarias e têm início as instalações elétrica e hidráulica. “Essa é
uma das etapas mais demoradas, mas não se deve apressá-la. Instalações
malfeitas trarão resultados desastrosos no futuro”, alerta a designer de
interiores Carla Yasuda.
A BASE PARA UM BOM ACABAMENTO
Enquanto hidráulica e elétrica estão sendo concluídas, o gesseiro pode
instalar os forros e, se for o caso, paredes e painéis de drywall. O
serviço é rápido, sendo seguido pela impermeabilização das áreas
molhadas e pelo nivelamento de pisos e paredes que ganharão novos
revestimentos. Alvenarias que serão pintadas ganham a primeira demão de
tinta e o forro de gesso é masseado. Nas áreas que receberão
revestimento cerâmico, o profissional começa pela instalação do piso,
depois das paredes e deixa por último o acabamento do forro. Atenção:
ambientes onde o chão levará madeira precisam de um contrapiso cimentado
e bem nivelado, cuja secagem demora cerca de 30 dias. “Essa espera deve
ser respeitada, senão a umidade danificará o revestimento”, explica a
arquiteta Carla Pontes. Para reduzir esse prazo, pode-se aplicar um
impermeabilizante no contrapiso 15 dias após sua instalação. “Mesmo
assim, é fundamental que o instalador faça um teste para verificar a
umidade do contrapiso”, fala Ricardo Pontes. Para evitar o prejuízo, o
arquiteto sempre recomenda em casas térreas a execução de uma laje
impermeabilizada sob o contrapiso. “Isso garante que a umidade do solo
não chegue até a madeira.” Em regiões úmidas, ele aconselha usar
argamassa impermeabilizada nas paredes até a altura de 50 cm.
BOA DICA
“Procure se cercar de profissionais
especializados. Azulejista, para os revestimentos cerâmicos, marmorista,
para o mármore, e assim por diante. O mais prudente é sempre pedir a
indicação de mão de obra para o fornecedor do material”, diz Ricardo
Mura, arquiteto.
RESPEITO A MADEIRA
A essa altura, a reforma já está praticamente na metade, tempo de
entrar com o piso das salas e dos quartos. Se sua opção for tacos ou
assoalho de tábua corrida, é fundamental contratar empresas com boas
referências. “A madeira de má qualidade certamente trará problemas. Por
exemplo, se ela estiver úmida, o piso sofrerá deformação depois de
colocado. Outro risco é adquirir peças que não passaram por tratamento
anticupim. Essa praga chega a ficar encubada por até um ano na madeira. O
ideal é adquirir o produto com uma garantia acima desse prazo”, alerta
Ricardo Pontes. Saiba, porém, que revestimentos de madeira levam de 15 a
20 dias para se acomodarem no contrapiso, antes do que não podem ser
lixados e envernizados. Para não atrasar o andamento da obra, o correto é
proteger o chão e partir para o acabamento dos forros de gesso e das
paredes. Como a massa de rejunte e a cola sofrem evaporação, cubra o
piso somente dois dias após a instalação. Tal proteção pode ser feita
com papelão ou plástico bolha, sempre com a parte lisa voltada para a
madeira.
FIQUE ATENTO!!
Assentada numa área de mata, a casa térrea de Regina recebe toda a
umidade característica de solos virgens. “Para evitar infiltrações, a
construção deveria ter sido erguida sobre uma laje impermeabilizada.
Apenas um contrapiso, mesmo que também impermeabilizado, não consegue
conter a umidade, que passará para o revestimento”, justifica o
arquiteto Ricardo Pontes. Nesse caso, pisos de madeira estão proibidos,
já cerâmicas absorvem menos umidade.
ANTES DA PINTURA
Pedras, cimento queimado, placas cimentícias e pastilhas causam muita
sujeira no local, por isso não devem ser assentados no piso depois do
acabamento das paredes. Faça o mesmo com a marcenaria fixa: “Peça ao
montador para instalar os pontos de apoio dos móveis antes de a parede
ser pintada. Depois, fica mais fácil encaixar as peças na alvenaria sem
danificar a tinta”, fala o arquiteto Ricardo Miura. Portas e janelas
também devem ser colocadas nessa fase. Pisos que chegam prontos, como
carpetes, laminados e vinílicos, podem ser colocados pós-pintura. Se a
escolha for papel ou tecido na parede, programe a instalação para a
última etapa da reforma.
Na reta final Agora falta pouco. Depois do acabamento
das paredes e dos pisos, já é possível instalar os espelhos de luz, as
tomadas, as luminárias e os rodapés. A marcenaria e as cortinas também
já podem entrar. Paralelamente, as louças sanitárias, as bancadas e os
metais são instalados em banheiros e cozinhas. “Mais uma vez, contar com
mão de obra competente é fundamental para não estragar o que já foi
feito. Mesmo assim, é bom deixar o pintor de prontidão para os
retoques”, diz Carla Yassuda.
BOA DICA
“Não dispense o profissional antes de
conferir e testar o trabalho de cada um. Ao lado do eletricista, por
exemplo, cheque se os pontos de luz estão funcionando e, juntamente com o
instalador dos metais, abra todas as torneiras e veja se tudo confere”,
diz Luciano Dalarme, mestre de obras.
PONTOS QUE ATRASAM A OBRA
Além de mudanças no projeto, outros fatores também alongam o calendário
da obra.
Trabalhar com produtos importados é sempre um risco. Não raro,
esses artigos têm problema na alfândega e aí não há nada a ser feito
senão esperar a liberação.
Evite dar início à empreitada sem se
certificar das normas do condomínio em relação a barulho, retirada e
chegada de material. Muitas vezes, o tempo permitido não coincide com a
planilha do arquiteto, o que significa refazer toda a programação.
“Já
vi muita obra estacionar por causa do vizinho do apartamento de baixo.
Se for mudar de lugar os pontos hidráulicos, veja se ele concorda em
quebrar seu forro. Caso contrário, desista”, aconselha o mestre de obras
Luciano.
O ponto de vista dos diversos profissionais nesta postagem podemos notar que nada é simples em uma obra, mas sim planejadas e executadas por pessoas qualificadas.
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